Thursday, November 8, 2012

Guerra comercial do setor de energia solar se agrava


08/11/2012   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil


Na última terça-feira (6), o governo chinês entrou com uma reclamação oficial junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios praticados pela Itália e pela Grécia para estimular suas empresas de energia solar.

Os chineses afirmam que os dois países realizam práticas ilegais para manipular os preços e pedem que a OMC atue de maneira urgente para acabar com essas políticas.

“A China possui o direito e a responsabilidade de buscar um comércio justo e que respeite os direitos da indústria solar chinesa”, declarou Shen Danyang, porta-voz do Ministério de Comércio chinês.

Apenas dois dias depois, nesta quinta-feira (8), a União Europeia anunciou que deu início a uma investigação que vai analisar se a China utiliza métodos ilegais para reduzir os preços de seus produtos solares, o chamado dumping. A operação deve levar 13 meses para ser concluída.

A investigação é o resultado das acusações apresentadas pelo grupo EU ProSun, liderado pela empresa alemã Solar World, que há meses vêm denunciando os chineses por subsídios ilegais e outras práticas que prejudicam o comércio internacional.

“Nossas empresas podem competir com qualquer outra no mercado, menos com as chinesas.  A União Europeia deve agir agora para acabar com os subsídios ilegais chineses antes que todo o setor renovável europeu deixe de existir”, afirmou Milan Nitzschke, presidente do EU ProSun.

A China atualmente domina mais de 60% do mercado mundial e projeções apontam que essa fatia deve aumentar rapidamente nos próximos anos.

Toda a disputa do setor solar, que já pode ser chamada de uma guerra comercial, começou em março, quando o Departamento do Comércio dos Estados Unidos impôs taxas sobre produtos solares chineses devido às políticas de subsídios da China. Em alguns casos, os tributos chegam a 250%. Desde então, os europeus têm estudado adotar medidas semelhantes.

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