Monday, November 24, 2014

Biometano poderá ampliar em 34% a oferta de gás

6. Valor Econômico - SP (24/11/2014)

Biometano poderá ampliar em 34% a oferta de gás

Por Rodrigo Polito | Do Rio

Tavares, presidente da Gas Energy: potencial do país de produção de biometano é de 30 milhões de metros cúbicos diários

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está estudando as regras para a especificação do biometano destinado ao uso veicular e às instalações residenciais e comerciais. A medida permitirá a utilização desse insumo na rede de distribuição de gás natural brasileira, ampliando a oferta do energético no país. O biometano é um gás produzido a partir de resíduos sólidos e de dejetos de animais.

Segundo estimativas da consultoria Gas Energy, o potencial de produção de biometano do país é de 30 milhões de metros cúbicos diários. O volume equivale a 34% do total de gás natural produzido no Brasil em setembro (88,9 milhões de metros cúbicos diários), de acordo com a ANP.

A autarquia vai realizar no próximo dia 3 uma audiência pública presencial, no Rio de Janeiro, para discutir a minuta da resolução que regulamentará as especificações do biometano. O texto também está disponível para consulta pública até 27 de novembro.

Segundo o presidente da Gas Energy, Marco Tavares, o processo é relevante porque há uma "zona cinzenta na regulação". Como não há uma especificação pela ANP para o biometano, o produto não pode ser disponibilizado via gasoduto, junto com o gás natural, apesar de ambos terem as mesmas composições.

A medida, segundo ele, abre portas para que a ANP discuta futuramente a regulamentação para o uso de gás obtido de outras fontes alternativas, como a gaseificação do carvão e o biogás de aterro sanitário, entre outros.

O especialista acrescenta que, além do ganho energético, a medida pode ter impacto econômico e social. Em recente artigo, Tavares lembrou que, em 2013, o Brasil importou 14 milhões de metros cúbicos diários de gás natural liquefeito (GNL), pelos quais pagou cerca de US$ 4 bilhões. Considerando a capacidade atual para produzir entre 3 milhões e 9 milhões de metros cúbicos diários de gás natural renovável (GNR), seria possível gerar uma economia de divisas anual de quase US$ 3 bilhões.

Marco Tavares, entretanto, destacou que, junto com a regulamentação, seria importante haver uma política de incentivo à produção de biometano, nos moldes do programa do biodiesel. "Essa é uma boa iniciativa, mas que deveria ser complementada com uma política energética, com incentivo fiscal, para ter escala", afirmou ele.

Segundo um executivo do setor que preferiu não se identificar, a abertura da consulta e da audiência pública demonstra um avanço por parte da ANP para discutir o tema. "Temos que saudar o interesse da agência de acabar com esse vácuo regulatório. É ótimo que o biometano esteja sob a lupa da agência", afirmou.

A expectativa, segundo o executivo, é que a ANP defina e publique a resolução com as especificações para o biometano entre o fim deste ano e o primeiro trimestre de 2015.

De acordo com avaliação de Tavares, outro benefício da medida será o aumento do suprimento de gás para regiões do interior do país que atualmente são desabastecidas ou que tenham a oferta reduzida. "Esse gás [biometano] é produzido no interior do país. O Brasil tem a necessidade de interiorizar o gás. E essa pode ser a ferramenta", completou.

 

Tuesday, November 11, 2014

Rio de Janeiro tem a primeira usina de biogás do país

Rio de Janeiro tem a primeira usina de biogás do país

Do Setorial News - Energia

 

 
A primeira usina de biogás do Brasil foi construída no município de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e tem previsão para entrar em operação comercial este mês.Integrante do programa Rio Capital da Energia, do Governo do Estado, a Usina de Tratamento de Biogás do Aterro Dois Arcos contou com investimentos de R$ 18 milhões.
 
Segundo informações do governo do estado, a estimativa é de que a produção diária seja de 6 mil metros cúbicos de gás e, em oito anos, o volume suba para 20 mil metros cúbicos. Por ano, serão cinco milhões de metros cúbicos de biogás purificado. A produção inicial diária da nova usina conseguirá, por exemplo, abastecer o equivalente a 375 carros com Gás Natural Veicular (GNV) ou dois postos de GNV.
 
“A nova usina trará expressivo ganho ao meio ambiente, evitando o lançamento de cerca de 470 mil toneladas de dióxido de carbono até 2020. Com isso, poderão ser gerados créditos de carbono que serão emitidos pela Organização das Nações Unidas”, disse a coordenadora do programa Rio Capital da Energia, Maria Paula Martins.
 
O Aterro Dois Arcos existe desde 2008 e processa em torno de 600 toneladas de lixo diariamente, provenientes dos município de São Pedro da Aldeia, Búzios, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e Araruama. Com o novo empreendimento, o lixo armazenado no aterro será transformado em gás natural renovável e está em negociação para ser comprado e distribuído pela Companhia Estadual de Gás.
 
“O lixo que fica nos aterros naturalmente já se transforma em biogás. Com a tecnologia de ponta usada na nova planta de purificação, este material será captado e encaminhado para a usina, onde será processado, transformando-se em gás natural renovável”, explicou o diretor da GNR Dois Arcos Valorização de Biogás, Marcio Schittini.
 
Segundo o governo do estado, está prevista ainda a construção de um gasoduto de quatro quilômetros.
 
Eficiência energética no Rio
 
O Rio Capital da Energia completou o terceiro ano de existência com quase o dobro de projetos lançados em 2012. O número de iniciativas visando à eficiência energética, inovação tecnológica e energia verde passou de 34 para 65 em dois anos. Onze ações já foram finalizadas. No total, estão sendo investidos R$ 2,2 bilhões em projetos.
 
Iniciativas como o Maracanã Solar – sistema de geração e utilização de energia solar já lançada em parceria com empresas privadas – e o GT Veículos Elétricos, grupo que estuda a instalação de uma fábrica de carros elétricos, estão entre os beneficiados.
 
Outra novidade é o Atlas Solar do Rio, que vai revelar o potencial de geração solar do estado. Já o projeto Búzios Cidade Inteligente pretende transformar a cidade em referência de sustentabilidade.

 

Indústrias apostam na energia verde

Indústrias apostam na energia verde

Por Caroline, da Energio Nordeste - A partir de 2015, uma caldeira de biomassa entrará em funcionamento na unidade de Mogi das Cruzes (SP) da empresa Kimberly-Clark, fabricante de artigos de higiene pessoal, como lenços de papel e fraldas descartáveis.

A novidade vem para reforçar o uso de fontes renováveis no mercado de produção industrial. No caso da Kimberly Clark, o equipamento funcionará à base de uma mistura de matéria orgânica composta, entre outras coisas, de fibras de celulose que sobrarão do processo de fabricação do papel higiênico Neve. A implantação da caldeira de biomassa não só não só reduziu as emissões de gases causadores do efeito estufa da fábrica como foi uma boa solução para resíduos da produção.

Além da diminuição de gases do efeito estufa, a implantação do novo equipamento também proporcionou a Kimberly-Clark atingisse dois anos antes do previsto a meta corporativa de 5% de redução de CO².

A implantação de caldeiras de biomassa vai além da sustentabilidade, estima-se que a economia gerada com uma caldeira a biomassa chegue a 20%. No caso da Kimberly-Clark, a troca representou uma economia de R$ 2 milhões por ano na operação da fábrica.

Outros casos de sucesso na implantação de energia verde em fábricas são o da fabricante de papel e celulose Klabin, a fabricante de cosméticos Natura e a de bebidas Ambev, entre outras, vêm usando a biomassa em suas caldeiras, em vez de fontes fósseis, como o diesel, o óleo pesado, chamado de BPF, e o gás natural.

Apesar de algumas empresas como a Ambev, administrarem as próprias caldeira, muitas indústrias têm optado por entregar a gestão desses equipamentos a empresas médias especializadas no assunto. Isso porque a matéria orgânica não é tão uniforme quanto o diesel ou o gás natural, e queimá-la exige cuidados.

Fonte: Energio Nordeste Energias Renováveis

 

Monday, November 3, 2014

Leilão de reserva da Aneel tem 1.034 projetos

9. DCI - SP (31/10/2014)

Leilão de reserva da Aneel tem 1.034 projetos

Estadão Conteúdo

SÃO PAULO - O Leilão de Energia de Reserva (LER) 2014, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), teve início na manhã desta sexta-feira, 31. O certame é voltado para a contratação de energia gerada em projetos eólicos, solares e termelétricos, estes abastecidos com biogás e resíduos sólidos urbanos (RSU). Espera-se que o leilão marque a contratação dos primeiros grandes projetos solares em âmbito nacional.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.034 projetos no certame, projetos que possuem capacidade instalada conjunta de 26.297 MW. São ao todo 626 parques eólicos, com potência total de 15.356 MW; 400 projetos fotovoltaicos, com 10.790 MW de capacidade; e oito termelétricas abastecidas com biogás e resíduos sólidos urbanos (RSU), com oferta máxima de 151 MW. Os projetos térmicos são considerados usinas abastecidas com biomassa.

A Bahia é o Estado com mais projetos cadastrados, com um total de 236 empreendimentos eólicos e 161 parques fotovoltaicos. Na sequência aparecem o Rio Grande do Norte, com 104 projetos eólicos e 42 usinas solares, e Ceará, com 95 complexos eólicos e 15 solares. A capacidade instalada conjunta dos projetos baianos é de 10.090 MW, sendo 5.756 MW de energia eólica e 4.334 MW de energia solar. O Rio Grande do Norte reúne 3.711 MW de potência, sendo 2.556 MW de energia solar e 1.155 MW de energia fotovoltaica, e o Ceará, com 2.397 MW de eólicos e 324 MW de solar.

Outros dois Estados que devem se destacar no leilão são o Rio Grande do Sul, com 113 projetos eólicos e capacidade instalada de 2.534 MW, e o Piauí, com 35 projetos eólicos (900 MW) e 45 fotovoltaicos (1.231 MW). Juntos, esses cinco Estados respondem por 846 projetos e 21.187 MW, o equivalente a 81,8% dos projetos cadastrados e 80,5% da potência instalada disponibilizada nesses empreendimentos.

O edital do LER 2014 estabeleceu em R$ 262 por megawatt-hora (MWh) o preço-teto da energia vendida pelos projetos solares. O valor máximo da energia gerada nos empreendimentos eólicos ficou em R$ 144/MWh. No caso das térmicas abastecidas por insumos classificados como biomassa, o preço-teto foi estabelecido em R$ 169/MWh.

 

Monday, October 20, 2014

Embalo para a energia eólica

O imposto zero do PIS e Cofins para peças e componentes de aerogeradores, medidas anunciadas pelo governo federal, beneficiará por exemplo a cadeia produtiva de Sorocaba. Na cidade, há dois grandes fabricantes de equipamentos, a Tecsis e a Wobben Windpower, e cerca de 20 outras empresas que fornecem componentes. As duas principais empresas empregam mais de 8 mil pessoas. A Medida Provisória anunciada enquadra os projetos eólicos no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura (Reidi). 

 

O setor de energia eólica vai investir este ano cerca de R$ 15 bilhões no País. Uma boa notícia para o Interior Paulista como um todo. Segundo o jornal Cruzeiro do Sul, da Rede APJ (Associação Paulista de Jornais), em Sorocaba há uma emergente cadeia produtiva de energia eólica que fornece componentes e serviços para fabricantes de todo o País. A indústria de energia eólica está consolidada na cidade e cresce com a instalação de novos parques eólicos, principalmente no Nordeste e no Rio Grande do Sul. A Prefeitura se esforça para trazer outras empresas. A fonte eólica tem menor custo que a hidrelétrica. Outra vantagem é que há enorme potencial de ventos no Brasil. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da cidade, Geraldo Almeida, cita estudo segundo o qual 10% do potencial eólico do País seria suficiente para dar conta de todo o abastecimento de energia elétrica. Atualmente, há 205 usinas eólicas instaladas no Brasil.

 

O vice-diretor da regional de Sorocaba do Ciesp e presidente da Tecnofix, Erly Domingues de Syllos, afirma que a desoneração é positiva para todo o setor eólico no País e tem repercussão na economia do município, com maiores investimentos e geração de empregos. Segundo ele, irá aumentar a competitividade e trazer benefícios para toda a cadeia, abrindo um leque de oportunidades para o mercado. O empresário ressalta o potencial eólico em outras regiões, o desenvolvimento em pesquisa e tecnologia e as exportações de equipamentos. Além disso, na região do Grande ABC, após um investimento de cerca de R$ 15 milhões em sua fábrica instalada em São Bernardo do Campo, a Bonfiglioli se prepara para iniciar a produção de sua linha de redutores eólicos ainda este mês, aproveitando o potencial de crescimento da geração eólica no país. 

 

O Brasil é o nono país mais atrativo para investimentos em energia renovável, segundo a nova edição do Renewable Energy Country Attractiveness Index, ranking da Ernst & Young que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países. O Brasil se consolida como um dos principais destinos de investimentos do mundo, segundo informe citado pela agência oficial Investe SP. A China é a primeira colocada do ranking, seguida por EUA, Alemanha e Japão. O Brasil é o segundo colocado em atratividade hidrelétrica.

 

De vento em popa: De julho a setembro deste ano, 15 empresas anunciaram a construção de unidades fabris e centros de treinamento ou a modernização de suas plantas no Estado de São Paulo segundo balanço finalizado esta semana pela Investe SP. Os projetos somam mais de R$ 1,7 bilhão em investimentos e a expectativa é de geração de 1.800 empregos diretos ou mais. A Investe SP tem a missão de atrair investimentos para o Estado e apoiar os municípios na recepção de investidores e na articulação com entidades públicas e privadas para a concretização de investimentos. São estes os projetos em 13 municípios: Python Engenharia (Itapetininga), BYD (Campinas), TPR (Porto Feliz), AKG (Lorena), Datalogic (Jundiaí), Termomecanica (São Bernardo do Campo), Estre (Guatapará), Covidien (São Paulo), Riveco (Lorena), Raccortubi e Chery (Jacareí), S&P (Mogi das Cruzes), VCI Molde (Itupeva) e Airship e Orygen (São Carlos). 

 

Wilson Marini

Jornalista - email wmarini@apj.inf.br

 

Tuesday, October 14, 2014

Bahia quer parceria com setor privado para gestão do lixo em 92 municípios

5. Folha de S. Paulo - SP (14/10/2014)

Bahia quer parceria com setor privado para gestão do lixo em 92 municípios

O governo da Bahia planeja uma PPP (parceria público-privada) para tratamento e destinação do lixo produzido em parte do Estado.

Dividido em cinco lotes regionais, o projeto inclui 92 cidades que, juntas, têm a metade da população da Bahia e 62% dos resíduos gerados na Estado.

A empresa ou o consórcio vencedor do contrato assumirá, por 25 anos, serviços como transporte de lixo e gestão de aterros. São atividades geridas pelas prefeituras.

"No Estado, hoje, são poucas as cidades que dão um destino correto para o lixo", diz Manuel Ribeiro Filho, secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia.

"As prefeituras conseguem obter recursos com o Estado ou com a União para a construção de aterros. Mas, sem controle eficaz, em pouco tempo os locais viram lixões."

Os governos municipais permanecerão responsáveis pela coleta de lixo.

O valor do investimento será fechado apenas depois que o Estado receber as propostas do setor privado, o que poderá ocorrer até novembro.

O modelo de gestão também dependerá dos projetos que serão apresentados. Por isso, além de aterros, a parceria poderá resultar em usinas de reciclagem ou de geração de energia com o uso de resíduos, por exemplo.

"A definição da estrutura do contrato dependerá das soluções que serão propostas e da viabilidade econômica de cada uma delas", diz.

Em agosto, venceu o prazo para que os municípios eliminassem seus lixões em todo o país. Uma emenda em tramitação no Congresso, no entanto, prevê mais quatro anos para a adequação.

Crescimento da Zona Franca diminui entre janeiro e agosto

O ritmo de expansão do faturamento das indústrias da região de Manaus desacelerou nos oito primeiros meses deste ano, segundo dados da Suframa (superintendência da Zona Franca).

Enquanto o crescimento registrado entre janeiro e agosto de 2013 ficou em 10,97%, no mesmo período deste ano, foi de 5,6%.

O número é 1,6 ponto percentual acima da inflação acumulada --o IPCA dos oito primeiros meses de 2014 marcou 4,02%.

Considerando apenas agosto, houve um recuo de 10,13% no faturamento em relação ao mesmo período de 2013. A indústria de Manaus já esperava um desempenho fraco para o mês.

Até agora, junho foi o mês que apresentou o pior resultado: queda de 20,8%. A superintendência atribui a retração à Copa do Mundo.

O freio no segmento de bens de informática, cujo faturamento representou 16% do total da Zona Franca entre janeiro e agosto, foi um dos mais intensos. Em 2013, a alta havia chagado a 48,76%. Neste ano, não alcançou 8%.

O total arrecadado pelas empresas da região no período ficou em R$ 54,7 bilhões.

NUVEM DE RECIPIENTES

A Vert, que fornece e integra tecnologias para empresas, lança um data center em contêineres. Localizado em Brasília, terá capacidade para 30 dessas estruturas e acomodará um milhão de máquinas virtuais.

O investimento será de cerca de R$ 60 milhões em cinco anos.

"A vantagem é que consigo crescer sob demanda. Não preciso esperar fazer um edifício grande e ter muitos clientes para enchê-lo até que ele se pague", diz Sérgio Marques, sócio-fundador da empresa.

"É possível montar um centro de processamento de dados em oito meses, mais rápido do que erguer um edifício completo", afirma.

Os contêineres ficam ao ar livre. Um prédio de 1.200 m² em dois pavimentos abriga o centro de comando.

"Nosso projeto já nasce voltado para a computação em nuvem", diz.

"Tanto Google e Microsoft têm esses contêineres que permitem agilidade, redução de custos e acesso a todos os recursos que um data center tradicional oferece. E a empresa só paga pelo que usa", acrescenta.

NÚMEROS

R$ 220 milhões
é o faturamento da companhia estimado para 2014

150
é o número de funcionários da empresa

3
são as cidades em que tem escritórios

visão de longo prazo

A parcela de empresas que associam políticas de sustentabilidade a ganhos de longo prazo vem caindo nos últimos anos, mas ainda é maioria, segundo estudo global da consultoria EIU (Economist Intelligence Unit).

Em 2011, 70% dos entrevistados concordavam com essa relação em um intervalo de 5 a 10 anos, quatro pontos percentuais a mais que o registrado em 2013, quando foi feito o último levantamento.

Quando questionados sobre a performance financeira da companhia e seu compromisso com a sustentabilidade, o social e a governança em um período de até dois anos, a maioria (40%) disse não ver nenhuma relação entre os dois aspectos.

Entre as principais dificuldades para a implementação desses princípios, estão as necessidades financeiras mais urgentes (52%) e a ausência de um exemplo convincente de programa de gestão sustentável (31%).

Carro... A Fiat investirá R$ 4 milhões para ampliar o reúso de água na planta de Betim (MG). O valor será aportado no aumento da capacidade de seu complexo de tratamento de efluentes, que recicla 99% da água usada.

...verde Com o investimento, a economia poderá chegar a 43 milhões de litros, o suficiente para o consumo de 14 mil pessoas, segundo a empresa. O objetivo é eliminar a captação da água potável da rede pública para o uso industrial.

Jogo empresarial A Harman, multinacional com fábrica no Brasil, fechou acordo para ser parceira oficial da NBA, da WNBA, da D-League e da seleção americana de basquete e fornecer fones de ouvido e produtos para áudio em geral.

Leitura O Grupo Livrarias Curitiba, que também detém a marca Livrarias Catarinense, investirá R$ 3 milhões em sua oitava unidade na capital paranaense. A rede abre nesta terça (14) sua 23ª loja, em Itajaí (SC), e planeja mais três pontos.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

 

Monday, October 6, 2014

Biogás entra pela primeira vez em leilão de reserva da Aneel

11. Portal Brasil - DF (04/10/2014)

Biogás entra pela primeira vez em leilão de reserva da Aneel

Energia de reserva
Vencedores do leilão deverão fornecer a energia a partir de outubro de 2017, com prazo do contrato de 20 anos

por Portal Brasil publicado : 03/10/2014 15h15

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) incluiu, pela primeira vez, o biogás em um leilão para contratação de energia de reserva. O edital foi aprovado no dia 30 de setembro, e o leilão será na próxima sexta-feira, 10 de outubro.

A energia de reserva é contratada para suprir eventual falta de energia produzida pelas usinas hidrelétricas, aumentando assim a segurança no fornecimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

O edital para o leilão do dia 10 de outubro estabelece que seja contratada energia a partir de três fontes renováveis distintas: solar fotovoltaica; eólica e biomassa composta de resíduos sólidos urbanos e/ou biogás de aterro sanitário ou biodigestores de resíduos vegetais ou animais; e lodos de estações de tratamento de esgoto.

Os vencedores do leilão deverão fornecer a energia a partir de outubro de 2017, com prazo do contrato de 20 anos.

O superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., diz que a decisão da Aneel faz com que o biogás possa integrar a matriz energética brasileira. “É o reconhecimento do biogás como fonte renovável, confiável e com qualidade”, comemorou.

Ainda segundo ele, o Brasil tem potencial para produzir 30 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano, que poderiam se transformar em 42.600 MWh/ano. “Isso pode significar [no futuro] uma participação na matriz energética nacional de 10%”, destacou.

Fonte:
Itaipu Binacional

 

Wednesday, September 24, 2014

Fundo da Caixa deverá investir R$ 500 milhões na Estre

1. Folha de S. Paulo - SP (24/09/2014)

Fundo da Caixa deverá investir R$ 500 milhões na Estre

Autorização para adquirir 10% da empresa de saneamento inclui exigências como venda de subsidiárias

ANDRÉIA SADI DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

A
Estre Ambiental, líder do setor de coleta e tratamento de lixo no país, deverá ter autorizado nesta quarta (24) um investimento de R$ 500 milhões do Fundo de Investimento do FGTS, controlado pelo governo.

Após quase 18 meses de análises, a compra de 10% do capital da
Estre foi autorizada pela área técnica da Caixa, responsável por gerir o fundo, com várias restrições.

A empresa, que tem uma dívida de R$ 1,8 bilhão, terá que vender duas subsidiárias, renegociar sua dívida e renovar contratos para coleta e tratamento de lixo.

A compra da
Estre virou uma guerra entre dois gigantes empresariais do país, o grupo Odebrecht e o banco BTG Pactual.

Conforme a Folha informou em maio, a Odebrecht, que também atua em saneamento, ameaçou os gestores do fundo com penalidades caso aprovassem o investimento na
Estre, apontando conflito de interesses.

O BTG, um dos principais acionistas da
Estre Ambiental desde 2010, defendeu que não haveria necessidade de restrição. Em seu relatório, a área técnica da Caixa não viu conflito de interesses.

Mas, uma semana depois do relatório pronto, foi feito um adendo onde constava que a
Estre não poderia entrar na área de saneamento. A Folha apurou que foi um pedido da própria Estre.

A solução acabou agradando os dois grupos, que estão entre os maiores doadores da atual campanha eleitoral (o BTG doou R$ 6,750 milhões, sendo R$ 5,50 milhões à campanha da presidente Dilma; a Odebrecht doou R$ 9 milhões, sendo R$ 3 milhões à campanha da presidente).

CONSOLIDAÇÃO

Desde 2008, a
Estre vem adquirindo empresas do setor num processo de consolidação que elevou suas dívidas e, segundo o relatório da Caixa a que a Folha teve acesso, levou à "deterioração das margens [lucro]" e deixou a empresa com "alavancagem" acima da média do mercado.

A
Estre também enfrenta um revés com um de seus maiores clientes, a Petrobras. Desde 2011, a empresa começou a perder terreno na estatal e só conseguiu R$ 80 milhões nos últimos três anos.

A Caixa informou que fez análise e diligências na
Estre.

Segundo o banco, os investimento do FI têm garantido retornos que correspondem a até 133% da meta estabelecida para ele. BTG, Odebrecht e
Estre não comentaram.

 

Tuesday, September 23, 2014

Fundo do FGTS vai decidir recursos para Estre e CCR

23/09/2014 às 05h00

 

Fundo do FGTS vai decidir recursos para Estre e CCR

 

Por Olivia Alonso e Fábio Pupo | De São Paulo

Os membros do comitê do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) vão se reunir amanhã para discutir três investimentos e devem bater o martelo sobre dois deles: o desembolso de R$ 630 milhões para a concessionária de rodovias CCR e o investimento de até R$ 500 milhões na empresa de resíduos sólidos Estre Ambiental, controlada pelo empresário Wilson Quintela e pelo BTG Pactual.

 

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Tuesday, August 5, 2014

Usina de Tratamento de Biogás é inaugurada em São Pedro da Aldeia

Usina de Tratamento de Biogás é inaugurada em São Pedro da Aldeia

Usina será a primeira do país em captar gás para utilização do GNV.
Estimativa é de purificar 5 milhões de m³ de biogás por ano.

Do G1 Região dos Lagos

Está sendo inaugurada na manhã desta segunda-feira (4) a usina de tratamento de Biogás do Aterro Dois Arcos na estrada do Pau Ferro, no bairro Alecrim, em São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos do Rio. O projeto de produção de gás natural renovável (GNR), que é pioneiro no Brasil, tem como objetivo captar e purificar o biogás gerado no Aterro Sanitário Dois Arcos.

A usina faz parte de um projeto de iniciativa privada que pretende despoluir cerca de 5 milhões de m³ de biogás por ano. De acordo com os organizadores do evento, a implantação desta usina em São Pedro da Aldeia mostra que a cidade está se desenvolvendo com qualidade e responsabilidade, se destacando por ser um lugar excelente para se investir.

O Aterro Dois Arcos é o destino final de todos os resíduos urbanos gerados pelos municípios da Região dos Lagos. A usina que será responsável pela captação de gás de resíduos para utilização do gás natural veicular (GNV) será a primeira em todo o país.

 

Monday, July 28, 2014

ESPECIALISTA AMBIENTAL CORPORATIVO

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São Paulo - SP

Tipo de vaga

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Salário

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Wednesday, July 23, 2014

Consórcio desiste de implantar térmica a biogás em São Paulo

São Paulo, 22 de Julho de 2014 - 17:00

Consórcio desiste de implantar térmica a biogás em São Paulo

Aneel aceitou o pedido de revogação, mas lamentou o fim do projeto

Por Wagner Freire

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aceitou nesta terça-feira (22/07) o pedido de revogação da outorga da termelétrica Bandeirante. O Consórcio Bandeirantes Bioenergética desistiu de dar continuidade ao projeto, alegando falta de combustível para dar continuidade a geração.

A térmica de 20MW estava prevista para ser instalada em São Paulo e utilizaria o biogás oriundo de um aterro sanitário como combustível. Porém, o agente justificou que a quantidade de gás para produção de energia estaria reduzida em razão do programa de desaceleração da utilização do aterro sanitário do município de São Paulo, inviabilizando a continuidade de geração.

Outorgada em 2011 para a Biogás Energia Ambiental, a UTE Bandeirante trocou de mãos até 2006, quando foi formado o Consórcio Bandeirantes Bioenergética, composto pela União de Bancos Brasileiros S.A. e Biogeração Energia S.A. A ideia era que 30% da geração seria consumida pela própria União de Bancos, enquanto os outros 70% seriam comercializados pela Biogeração.

Como a energia não havia sido comercializada, a Aneel entendeu que não havia impedimentos para a revogação da autorização. Contudo, o diretor-geral da agência, Romeu Donizete Rufino, lamentou o fracasso do projeto. "Pena que não prevaleceu, porque é uma geração interesse. Mas pela quantidade de resoluções todo o esforço já foi feito", finalizou.

 

Monday, July 21, 2014

Maior uso de eólicas pode criar dependência de térmicas de reserva

Os esforços do Brasil para diversificar a produção de energia com maior uso de fontes renováveis, incluindo usinas eólicas, devem resultar na dependência mais frequente de térmicas de reserva, segundo a agência de classificação de risco Fitch.

Segundo a entidade, o uso consistentemente alto de usinas de reserva poderia levar ao adiamento de grandes manutenções e ao aumento dos custos do ciclo de vida das usinas.

“Acreditamos que esse aumento de custo seria particularmente grave se a demanda por essa energia de reserva aumentar devido a uma seca prolongada ou outra interrupção de fornecimento”, disse a Fitch em relatório divulgado na sexta-feira (20).

Operadores de usinas térmicas que não cumprem com despachos do Operador Nacional do Sistema (ONS) podem ficar expostos a riscos nas métricas de geração de fluxo de caixa e de cobertura da dívida, se tiverem que comprar energia no mercado à vista.

A Fitch acredita que usinas de reserva devem ter previstos nos contratos mecanismos de repasse para recuperar totalmente os custos variáveis, como combustível (particularmente para projetos que estão em áreas remotas onde a oferta de combustível pode estar sujeita a aumento do custo de transporte).

“A dependência de usinas de stand-by poderia desempenhar um papel mais importante na confiabilidade do sistema elétrico no futuro”, conclui a Fitch.

 

Tuesday, July 15, 2014

Como caminha a política estadual de resíduos sólidos em São Paulo

14/07/2014 18:52

Como caminha a política estadual de resíduos sólidos em São Paulo

Da Redação: Fernando Caldas


Reciclagem, um dos assuntos tratados pela Política Estadual de Resíduos Sólidos

A Política Estadual de Resíduos Sólidos, criada pela Lei 12.300, de 16 de março de 2006, foi um dos temas mais amplamente discutidos na Assembleia Legislativa de São Paulo nos últimos dez anos. Ao longo de quase dois anos, foram feitas várias audiências públicas, encontros técnicos e consulta a especialistas, órgãos governamentais e ao setor produtivo para a criação dessa legislação pioneira que define princípios e diretrizes, objetivos e instrumentos para a gestão integrada e compartilhada de resíduos sólidos.

Com o objetivo de prevenir e controlar a poluição, proteger e recuperar a qualidade do meio ambiente e promover a saúde pública, essa política visa assegurar o uso adequado dos recursos ambientais no Estado de São Paulo. Para isso estabelece alguns princípios, como a visão sistêmica na gestão dos resíduos sólidos que leve em consideração as variáveis ambientais, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de saúde pública, a gestão integrada e compartilhada dos resíduos sólidos por meio da articulação entre Poder Público, iniciativa privada e demais segmentos da sociedade civil e a cooperação interinstitucional com os órgãos da União e dos municípios, bem como entre secretarias, órgãos e agências estaduais.

Vale destacar ainda que a lei valoriza a promoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, a prevenção da poluição mediante práticas que promovam a redução ou eliminação de resíduos na fonte geradora e a minimização dos resíduos por meio de incentivos às práticas ambientalmente adequadas de reutilização, reciclagem, redução e recuperação. Além disso, assegura à sociedade o direito à informação, oferecida pelo gerador, sobre o potencial de degradação ambiental dos produtos e o impacto na saúde pública.

Outro ponto relevante é o acesso da sociedade à educação ambiental e a adoção do princípio do poluidor-pagador, que se impõe como um dos pilares dessa política, que define a matriz de responsabilidade integrada por produtores ou importadores de matérias-primas, de produtos intermediários ou acabados, transportadores, distribuidores, comerciantes, consumidores, catadores, coletores, administradores e proprietários de área de uso público e coletivo e operadores de resíduos sólidos em qualquer das fases de seu gerenciamento.

Entre os objetivos centrais dessa política, destacam-se a redução da quantidade e da nocividade dos resíduos sólidos, evitar os problemas ambientais e de saúde pública por eles gerados e a erradicação dos "lixões", "aterros controlados", "bota-foras" e outras destinações inadequadas. Por outro lado, procura promover a inclusão social de catadores, nos serviços de coleta seletiva, fomentando a implantação desses sistemas de coleta nos municípios. Para incentivar a cooperação intermunicipal, procura estimular a busca de soluções consorciadas e conjuntas dos problemas de gestão de resíduos de todas as origens.

Inovação

A Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) de São Paulo é anterior à congênere nacional. Regulamentada pelo Decreto Estadual 54.645, de 5 de agosto de 2009, a PERS categoriza os resíduos sólidos conforme a origem e define gestão integrada e compartilhada. Ela inova com princípios como a promoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, a prevenção da poluição por redução na fonte, a adoção dos princípios do poluidor-pagador e da responsabilidade pós-consumo.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal no 12.305, de 2 de agosto de 2010, após 21 anos de tramitação, trouxe também como princípios a prevenção e a precaução, classificando os resíduos sólidos quanto à origem e à periculo¬sidade, fazendo a distinção entre resíduo (material que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é passível de reaproveitamento ou reciclagem).

Considerando os princípios da gestão integrada e compartilhada, ficaram estabelecidos pela PERS como responsáveis pela gestão de resíduos sólidos:

" todos os geradores, equiparando-se ao gerador o órgão municipal ou a entidade responsável pela coleta, pelo tratamento e pela disposição final dos resíduos urbanos;

" os geradores de resíduos industriais, sendo responsáveis pelo gerenciamento desde a geração até a disposição final;

" os produtores ou importadores de matérias primas, de produtos intermediários ou acabados, transportadores, distribuidores, comerciantes, consumidores, catadores, coletores, administradores e proprietários de área de uso público e coletivo e operadores de resíduos sólidos em qualquer das fases do gerenciamento dos resíduos sólidos;

" o gerador, no caso do emprego de resíduos industriais perigosos, mesmo que tratados, reciclados ou recuperados para utilização como adubo, matéria prima ou fonte de energia, bem como no caso de suas incorporações em materiais, substâncias ou produtos (o que dependerá de prévia aprovação dos órgãos competentes);

" no caso de ocorrências envolvendo resíduos que coloquem em risco o ambiente e a saúde pública, o gerador, nos eventos ocorridos em suas instalações; o gerador e o transportador, nos eventos ocorridos durante o transporte de resíduos sólidos; o gerador e o gerenciador de unidades receptoras, nos eventos ocorridos nas instalações destas últimas.

Plano Estadual de Resíduos Sólidos

Como instrumentos de implementação da Política Estadual de Residuos Solidos elecam-se o planejamento integrado e compartilhado do gerenciamento dos resíduos sólidos, os Planos Estadual e Regionais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, os Planos dos Geradores, Inventário Estadual de Resíduos Sólidos; Ver tópico, o Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos, entre outros.

Neste momento, São Paulo está discutindo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, que segundo a Secretaria estadual de meio ambiente, faz parte de um processo que objetiva provocar uma gradual mudança de atitudes e hábitos na sociedade paulista, cujo foco vai desde a geração até a destinação final dos resíduos. Esse plano "permitirá ao Estado programar e executar as atividades capazes de transformar a situação atual em uma condição desejada, manifesta pela sociedade, e viável pelo Poder Público, de modo a aumentar a eficácia e a efetividade na gestão de resíduos " a vigência do Plano Estadual será por prazo indeterminado, o horizonte de atuação será de vinte anos e as revisões serão feitas a cada 4 anos.

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo está apresentando para consulta pública uma versão preliminar do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, que, como mencionado, é um instrumento previsto nas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos e que faz parte de um processo que objetiva provocar uma gradual mudança de atitude, hábitos e consumo na sociedade paulista. A Versão Preliminar do Plano Estadual de Resíduos Sólidos ficará disponível para consulta pública, no período de 26 de junho a 5 de agosto de 2014, na página da SMA na internet, para colher pareceres e opiniões sobre as informações e análises realizadas.

O primeiro volume do documento oferecido ao público é intitulado Panorama dos Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo. Ele apresenta um levantamento de informações sobre a gestão de resíduos sólidos no Estado. Essas informações subsidiarão as próximas etapas de elaboração do Plano Estadual: definição de critérios para a regionalização e estratégias para a integração e cooperação intermunicipais; proposição de cenários e de diretrizes e metas relativas à gestão dos resíduos sólidos no território do estado; proposição de programas, projetos e ações correspondentes às metas propostas; e a definição de meios de monitoramento das metas e de controle social.

Quadro da gestão de resíduos sólidos no Estado de São Paulo

O documento Panorama dos Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo apresenta um diagnóstico preliminar e ainda incipiente da situação atual dos resíduos sólidos no Estado de São Paulo e fornece informações necessárias para a avaliação e embasamento das propostas e ações governamentais necessárias ao atendimento das políticas nacional e estadual. As informações utilizadas no diagnóstico, conforme adverte a própria Secretaria de Meio Ambiente, são basicamente dados secun¬dários provenientes de órgãos públicos das três esferas governamentais, instituições oficiais de pesquisa e instituições privadas especializadas no tema. Ou seja, muitas dessas informações não estavam padronizadas, o que impede uma análise temporal. Porém, constituem uma importante fonte de informações para conhecer a situação atual do Estado no que tange a gestão dos resíduos sólidos. Desse modo, vale conhecer algumas informações, números levantados e conclusões.

Uma das ferramentas utilizadas neste diagnóstico foi o índice de geração de resíduos(IGR), calculado anualmente desde 2007, que tem por objetivo avaliar a gestão dos resíduos sólidos nos municípios paulistas e assim subsidiar a proposição e implantação de políticas públicas estaduais e municipais. Os dados para a construção do IGR são obtidos por meio de um questionário declaratório, não obrigatório.

Os resultados avaliados foram divididos em 3 categorias: Ineficiente (IGR ≤ 6,0), Mediana (6,0 < IGR ≤ 8,0) e Eficiente (8,0 < IGR ≤ 10,0). Assim, ao analisar os dados do IGR 2013, verifica-se que dos 506 municípios respondentes, 273, ou seja, 54% se enquadraram como ineficientes; 224, equivalente a 44%, encontram-se em situação mediana; e apenas 9, ou 2% do total, foram enquadrados como eficientes.

No que diz respeito à existência de legislação específica para a gestão de resíduos sólidos, 240 dos 500 municípios que responderam a essa questão afirmaram possuir esse tipo de legislação. Já com relação à existência de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, dos 496 municípios que responderam a essa questão, 302 afirmaram possuir o plano.

Geração

Nove municípios com mais de 500.000 habitantes são responsáveis por mais de 50% do total de resíduos gerados no Estado. Os 135 municípios que integram as Regiões Metropolitanas e Aglomerações Urbanas representam 20,93% dos municípios do total do Estado, mas possuem 70,48% da população urbana e são responsáveis por 74,12% da geração dos resíduos sólidos urbanos. Destaca-se ainda a Região Metropolitana de São Paulo com estimativa de geração de 20.592,78 t/dia, ou seja, aproximadamente 54% dos resíduos sólidos urbanos gerados no estado de São Paulo.

Coleta

Como destaca o estudo, os serviços de coleta e transporte dos resíduos sólidos urbanos são de responsabilidade municipal e podem ser efetuados pelo órgão municipal encarregado da limpeza urbana, com infraestrutura e recursos próprios para essa finalidade ou por serviço terceirizado.

Conforme aponta o IBGE, a coleta regular dos resíduos sólidos está amplamente disseminada por todo o Estado. Dados de 2011 apresentados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) mostram que esse serviço é praticamente universalizado e atende a 99,8% dos moradores em domicílios particulares permanentes nas áreas urbanas do Estado.

O recolhimento dos resíduos sólidos urbanos pode ser realizado de forma seletiva, separando-se os resíduos úmidos " compostos, principalmente, por materiais orgânicos " dos resíduos secos " compostos, principalmente, de materiais passíveis de reaproveitamento e reciclagem, tais como papéis, plásticos, vidro, alumínio, entre outros.

Tratamento

Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleça o limite de agosto de 2014 para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, no Estado de São Paulo, assim como em todo país, ainda são incipientes os mecanismos adotados para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Porém, há em São Paulo algumas experiências em formas de tratamento e recuperação de matérias e energia, como a produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR) ou de digestão anaeróbia e gaseificação, empregadas para resíduos industriais e pneus.

Apesar de a grande maioria dos levantamentos gravimétricos apontar para percentuais superiores a 50% de geração de resíduos de origem orgânica, são poucas as unidades de compostagem hoje em operação no Estado, o que implica o encaminhamento da maior parte desses resíduos para os aterros. Isso, diz o estudo, deve-se a questões das mais diversas, como a baixa qualidade da matéria prima, falta ou falhas de separação na fonte e de coleta seletiva e dificuldades de operação, manutenção e colocação do composto no mercado.

Disposição final

O crescimento econômico e o consequente aumento contínuo do consumo na última década, segundo dados do IBGE, têm sido acompanhados pela maior abrangência da coleta regular e pelos baixos índices de coleta seletiva e de tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Estes fatores, ainda predominantes no Estado, demonstram a complexa questão da gestão de resíduos sólidos e, consequentemente, da crescente dificuldade relacionada à disposição final apenas dos rejeitos.

Essa situação mostra-se mais delicada ao se estabelecer relações entre a vida útil dos aterros existentes e as necessidades futuras para criação de novos, limitadas pelas regulamentações/condicionantes ambientais, maior preço dos terrenos, sobretudo nas regiões metropolitanas, locais, justamente, em que há maior geração de resíduos. A esses problemas, somam-se outros de ordem ambiental e financeira, diante do aumento das distâncias entre os municípios em que são gerados e os locais em que podem ser dispostos os resíduos e, em breve, apenas os rejeitos.

Dessa forma, questões como a quantidade dos resíduos dispostos, qualidade dos aterros e a sua vida útil, o fluxo intermunicipal dos resíduos, a atuação do poder público e a terceirização dos serviços são fundamentais para serem discutidas dentro do planejamento e a gestão dos resíduos sólidos.

Tendo como base o IQR Nova Proposta, metodologia adotada a partir de 2011, verificou-se um aumento do número de municípios que dispunham os resíduos sólidos urbanos em instalações de disposição final de resíduos urbanos enquadradas na condição "adequada", de 492, em 2011, para 590, em 2012.

Com relação ao local em que os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são dispostos, de acordo com Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos de 2012, a maioria dos municípios dispõe os resíduos localmente, no próprio município.

Em função de um número considerável de municípios (216) dispor os RSU em outras localidades, verifica-se um fluxo intermunicipal de resíduos, estimado em cerca de 20.000 t/dia, que segue uma lógica de mercado, na qual as empresas que oferecem esses serviços instalam suas unidades de tratamento e disposição nas proximidades dos maiores geradores e, por uma questão de racionalidade e logística, próximas às grandes rodovias do Estado.

Quanto à vida útil dos aterros de resíduos sólidos urbanos, a análise dos dados aponta para o número significativo de municípios, 424, ou cerca de 65% do total, que destinam seu RSU para aterros que se encontram no momento com vida útil menor ou igual a cinco anos, distribuídos por todo o Estado. A situação é ainda mais crítica para 253 municípios, cerca de 40% do total, que destinam para aterros que se encontram com vida útil menor ou igual a dois anos.

Além das dificuldades associadas à vida útil dos aterros hoje existentes, a PNRS estabelece que deve ser observada a seguinte ordem de prioridade para os resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição ambientalmente adequada dos rejeitos. Esta priorização impactará os processos de licenciamento ambiental, obrigando os executores a adotarem critérios e procedimentos que assegurem o recebimento somente de rejeitos. Por outro lado, as autorizações a serem dadas aos usuários dessas instalações conterão também restrições que levarão à necessidade de tratamento prévio dos RSU.

Gestão dos resíduos sólidos urbanos

De acordo com a publicação do IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros " 2011, 520 dos 645 municípios paulistas, ou seja, cerca de 80% deles definiram um órgão como responsável pela regulação e fiscalização dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. E em sua maioria, 468 municípios, esse órgão é municipal: secretaria, departamento, divisão, setor ou similar.

No IGR 2013, uma das questões apresentadas era se o município possuía metas voltadas à melhoria da gestão dos resíduos sólidos. Das 500 respostas obtidas para essa pergunta, 448 municípios responderam afirmativamente, sendo que a coleta seletiva foi a mais citada, por 409 respondentes.

Contudo, apesar da percepção de algumas metas e ações para o aperfeiçoamento da gestão, verifica-se, de acordo com o diagnóstico do SNIS " 2011, que uma ação básica na questão dos resíduos sólidos urbanos, referente ao uso de balança para pesagem rotineira dos resíduos sólidos urbanos coletados, não é majoritária entre os municípios da amostra.

No que tange aos aspectos financeiros da gestão dos RSU, o IGR 2013 questionou se a prefeitura destinava orçamento específico para gestão dos resíduos sólidos do município. Dos 496 respondentes a essa questão, 55% responderam afirmativamente.

Quanto aos aspectos financeiros da gestão dos RSU, a questão da cobrança pelos serviços tem ocupado um espaço cada vez maior nas discussões sobre o tema, havendo, inclusive uma discussão jurídica sobre a constitucionalidade dessa taxa. De acordo com o SNIS (2013), no Estado de São Paulo praticamente metade dos 378 municípios que participaram dessa amostra ainda não efetuavam cobrança por serviços regulares no manejo de resíduos sólidos urbanos, notadamente pela coleta de resíduos sólidos domiciliares. Cabe ressaltar que todos os nove municípios do Estado com mais 500.000 habitantes estão nessa amostra, sendo que em dois deles, São Paulo e Guarulhos, não há a referida cobrança.

Dos 191 municípios que declararam efetuar a cobrança, a grande maioria a faz por meio de taxa específica no boleto do IPTU. Com dados que na totalidade se aproximam dos apontados pelo SNIS, o Perfil dos Municípios Brasileiros " 2011 do IBGE aponta que 309 municípios paulistas, cerca de 50% dos 645 efetuam alguma forma de cobrança pelo serviço de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, sendo que 143 destes municípios ofereciam algum tipo de subsídio para usuários de baixa renda.

 

http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=358076

 

 

Monday, July 14, 2014

Itajaí ganha usina que transforma gás em energia

Itajaí ganha usina que transforma gás que sai do lixo em energia elétrica Local poderá abastecer cerca de quatro mil casas Carla Superti [...]

 

Veja mais em: http://ndonline.com.br/vale/noticias/182296-itajai-ganha-usina-que-transforma-gas-que-sai-do-lixo-em-energia-eletrica.html.

 

 

 

Friday, July 11, 2014

Leilão de Energia de Reserva é adiado para 31 de outubro

Leilão de Energia de Reserva é adiado para 31 de outubro

O Ministério de Minas Energia (MME) adiou de 10 de outubro para 31 de outubro a realização de 'Leilão para Contratação de Energia de Reserva', a ser promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A mudança consta de portaria publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 10. Os interessados em disputar o leilão têm agora até 24 de julho para solicitar o cadastro e a habilitação dos projetos. 

No leilão serão negociados Contratos de Energia de Reserva (CER) na modalidade por quantidade de energia, diferenciados por fontes, com início de suprimento de energia elétrica em 1º de outubro de 2017. O prazo de suprimento será de 20 anos e inclui empreendimentos de geração a partir da fonte solar fotovoltaica; empreendimentos de geração que utilizem como combustível principal biomassa composta de resíduos sólidos urbanos e/ou biogás de aterro sanitário ou biodigestores de resíduos vegetais ou animais, assim como lodos de estações de tratamento de esgoto; e empreendimentos de geração a partir da fonte eólica.

 

Thursday, July 10, 2014

Eólica bate recorde de geração no SIN

Segundo ONS, marca foi 45% maior do que o estimado por conta de condições favoráveis de ventos

Por Maria Domingues

A fonte eólica bateu recorde de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN) neste domingo (06/07), com 1447 MW médios. O montante gerado foi 45% maior do que o inicialmente previsto (998 MW médios).

As informações constam no Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO), publicado nesta segunda-feira (07/07) pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

Os parques eólicos geraram 1218 MW médios no submercado Nordeste (ante 859MW médios programados) e 229 MW médios no Sul (139 MW médios inicialmente previstos). "A geração eólica foi superior ao valor previsto em função das condições favoráveis de ventos", explica o operador.

Com isso, a fonte eólica elevou sua participação na geração total. Segundo o ONS, os 1447 MW médios representaram 2,85% do sistema, apenas 309 MW médios - ou 0,61 ponto percentual - a menos que a geração nuclear (1756 MW médios). No domingo anterior (30/06), a energia dos ventos representou 1,94% do total, com 1163 MW médios, e a nucelar foi responsável por 1815MW médios, 3,03% do total.

Deve-se ressaltar, porém, que Angra II está gerando abaixo de sua capacidade. Segundo informações da Eletronuclear, isto deve-se ao "processo de redução de potência elétrica, por inflexibilidade, em conformidade com o programa de alongamento do ciclo do combustível nuclear visando a realização da parada programada para reabastecimento de combustível e manutenção periódica, a ser iniciada em 19/07/14", disse.

Segundo o ONS, a geração hidrelétrica respondeu por 59,36% (30117 MW médios), Itaipu Binacional (7791 MW médios - 15,36%) e as termelétricas convencionais (9624 MW médios - 18,97%)

 

Monday, June 30, 2014

SUSTAINABILITY DIRECTOR

Tipo de vaga

 

Permanente

Salário

Interesting Package

Referência

1013323

Data de encerramento

31 Jul 2014

 

STRATEGY & INFLUENCE 

Demonstrate your expertise in HSE and Sustainability in one of the O&G industry leaders, and inspire resources throughout the organization. This company is recognized on the market by its strong culture and solid values, and is going through a major moment of growth in Brazil, with business in drilling, production and integrated offshore services.

Your responsibilities will be to influence people across the various lines of business, and to be a strategic supporter whenever the respective business leaders and their respective HSE teams require assistance or guidance. You will work to define strategies, policies and to assess cultural adherence in future businesses and contracts, and will be a key representative in the committees with relevant sector associations, such as IBP and ABESPetro. Your support might also be requested in other Latin American countries, and you should have full availability for frequent business travels, inside or outside Brazil. You will be challenged to define new targets and to instigate the teams to continuously strengthen the social responsibility actions across the group. 

We are looking for a senior professional, with at least 15 years of experience in the management of HSE and Sustainability initiatives in the O&G market, preferably in operators or drilling/production services providers. You must have at least 5 years of proven background in a corporate HSE role, as a senior manager or a director, and demonstrate flexibility and adaptability to work in an environment of delegation.

If you are a bachelor in Engineering, fully able to communicate in English and Portuguese, and are adherent to the required background, do not miss this opportunity to make a difference in one of the market sustainability benchmarks!

 

http://www.hays.com.br/busca-vagas/JOB_1222804?jobSource=Hays%20Job%20Alert%20Email&utm_source=HaysJobAlertEmail&utm_medium=Email&utm_campaign=HaysJobAlertEmail

Friday, June 27, 2014

Os negócios que vêm do lixo

A coleta seletiva e a reciclagem patinam em grande parte das cidades brasileiras, não vão dar certo enquanto não existirem cadeias de negócios baseadas em matérias-primas recicladas

por Dal Marcondes — publicado 27/06/2014 04:20

 

 

Elizabeth Nader/Prefeitura de Vitória

É preciso envolver mais as cooperativas de recicladores

A urbanista Raquel Rolnik publicou um artigo mostrando o que acontece com a coleta seletiva e a reciclagem na cidade de São Paulo, a mais populosa do País e a que mais gera resíduos, de todas as classes, recicláveis ou não. Ela aponta que a cidade tem 46% de domicílios servidos por coleta seletiva, no entanto apenas 2% dos resíduos são de fato reciclados.

Essa é uma realidade que em maior ou menor grau se espraia por todas as cidades brasileiras, apesar de coleta seletiva e reciclagem estarem previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, de dezembro de 2010 (depois de 20 anos dormitando no Congresso), e que tem 2014 como prazo para a eliminação completa dos lixões e implantação de aterros sanitários em todo o País.

Minha opinião é que nada disso vai dar certo se não houver também um esforço consistente para a geração de novos produtos e negócios com base em matérias-primas obtidas a partir da separação dos resíduos coletados, seja em residências ou em empresas. Negócios capazes de gerar inovação, empregos e renda a partir do uso de materiais que podem ser obtidos a partir da mineração dos resíduos gerados pela atividade humana.

O primeiro desafio que se impõe é a necessidade de que esses negócios sejam espalhados por todo o País, uma vez que transportar resíduos por longas distâncias pode tornar o custo da operação incompatível com qualquer negócio. Então, será preciso envolver não apenas cooperativas de recicladores (capazes de coletar, separar e dar destinação adequada a cada classe de resíduo), mas também fomentar o empreendedorismo para a formação de milhares de pequenas empresas que utilizem esses materiais para a produção de uma miríade de produtos que satisfaçam as mais diversas necessidades da sociedade.

Isso não acontecerá de forma espontânea, será preciso um planejamento e um esforço coordenado de empresas, governos, universidades, institutos de pesquisa e organismos financeiros  capazes de produzir inovações, design e modelos de negócios viáveis e espalha-los por todo o Brasil. Desta forma não apenas as principais questões relativas aos resíduos podem ser encaminhadas, como também haverá muito mais oportunidades de negócios e empregos à disposição da sociedade.

Já existem iniciativas na direção de transformar lixo em matéria-prima para produtos de bom valor econômico e alto benefício social. Um exemplo interessante é o desenvolvimento de produtos a partir da reciclagem de embalagens longa-vida. Hoje já existe no mercado telhas e uma série de tipos de painéis feitos a partir da reciclagem desses materiais, com grande vantagem frente a materiais tradicionais no mercado.

Para se chegar a esse formato de produto e negócio, a Tetra Pak, maior empresa global de embalagens longa-vida apostou no desenvolvimento de tecnologias e apoio às cooperativas de catadores e produtores de telhas e placas. “O resultado foi a criação de um mercado novo, algo que não existia antes e que a demanda é ainda bem maior do que a capacidade de oferta”, explica Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da empresa.

A inovação neste caso foi planejada e não veio apenas porque a empresa é boazinha, mas também porque ela deve ser responsável pelos resíduos que coloca no mercado. Centenas de pequenas empresas estão sendo criadas em todo o Brasil para o aproveitamento dessa matéria-prima com bons resultados nos negócios. Outros materiais têm mais valor e, por isso, são mais demandados, é o caso das latas de alumínio, onde o Brasil detém recordes de reciclagem. Vidros e PETs estão entrando nessa linha de materiais com valor comercial, mas ainda em escala insuficiente para cumprir as metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A chave para a solução dos resíduos está basicamente em dois vetores, a redução na produção e a inovação na geração de novos produtos e negócios a partir dos resíduos coletados. Sem isso a coleta seletiva simplesmente vai fazer com que as prefeituras tenham de manter imensos depósitos de materiais recicláveis que não serão reciclados por falta de uma cadeia de negócios que os utilize. (Envolverde)

http://www.cartacapital.com.br/politica/coleta-seletiva-e-reciclagem-vao-mal-por-falta-de-negocios