Monday, November 24, 2014

Biometano poderá ampliar em 34% a oferta de gás

6. Valor Econômico - SP (24/11/2014)

Biometano poderá ampliar em 34% a oferta de gás

Por Rodrigo Polito | Do Rio

Tavares, presidente da Gas Energy: potencial do país de produção de biometano é de 30 milhões de metros cúbicos diários

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está estudando as regras para a especificação do biometano destinado ao uso veicular e às instalações residenciais e comerciais. A medida permitirá a utilização desse insumo na rede de distribuição de gás natural brasileira, ampliando a oferta do energético no país. O biometano é um gás produzido a partir de resíduos sólidos e de dejetos de animais.

Segundo estimativas da consultoria Gas Energy, o potencial de produção de biometano do país é de 30 milhões de metros cúbicos diários. O volume equivale a 34% do total de gás natural produzido no Brasil em setembro (88,9 milhões de metros cúbicos diários), de acordo com a ANP.

A autarquia vai realizar no próximo dia 3 uma audiência pública presencial, no Rio de Janeiro, para discutir a minuta da resolução que regulamentará as especificações do biometano. O texto também está disponível para consulta pública até 27 de novembro.

Segundo o presidente da Gas Energy, Marco Tavares, o processo é relevante porque há uma "zona cinzenta na regulação". Como não há uma especificação pela ANP para o biometano, o produto não pode ser disponibilizado via gasoduto, junto com o gás natural, apesar de ambos terem as mesmas composições.

A medida, segundo ele, abre portas para que a ANP discuta futuramente a regulamentação para o uso de gás obtido de outras fontes alternativas, como a gaseificação do carvão e o biogás de aterro sanitário, entre outros.

O especialista acrescenta que, além do ganho energético, a medida pode ter impacto econômico e social. Em recente artigo, Tavares lembrou que, em 2013, o Brasil importou 14 milhões de metros cúbicos diários de gás natural liquefeito (GNL), pelos quais pagou cerca de US$ 4 bilhões. Considerando a capacidade atual para produzir entre 3 milhões e 9 milhões de metros cúbicos diários de gás natural renovável (GNR), seria possível gerar uma economia de divisas anual de quase US$ 3 bilhões.

Marco Tavares, entretanto, destacou que, junto com a regulamentação, seria importante haver uma política de incentivo à produção de biometano, nos moldes do programa do biodiesel. "Essa é uma boa iniciativa, mas que deveria ser complementada com uma política energética, com incentivo fiscal, para ter escala", afirmou ele.

Segundo um executivo do setor que preferiu não se identificar, a abertura da consulta e da audiência pública demonstra um avanço por parte da ANP para discutir o tema. "Temos que saudar o interesse da agência de acabar com esse vácuo regulatório. É ótimo que o biometano esteja sob a lupa da agência", afirmou.

A expectativa, segundo o executivo, é que a ANP defina e publique a resolução com as especificações para o biometano entre o fim deste ano e o primeiro trimestre de 2015.

De acordo com avaliação de Tavares, outro benefício da medida será o aumento do suprimento de gás para regiões do interior do país que atualmente são desabastecidas ou que tenham a oferta reduzida. "Esse gás [biometano] é produzido no interior do país. O Brasil tem a necessidade de interiorizar o gás. E essa pode ser a ferramenta", completou.

 

Tuesday, November 11, 2014

Rio de Janeiro tem a primeira usina de biogás do país

Rio de Janeiro tem a primeira usina de biogás do país

Do Setorial News - Energia

 

 
A primeira usina de biogás do Brasil foi construída no município de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e tem previsão para entrar em operação comercial este mês.Integrante do programa Rio Capital da Energia, do Governo do Estado, a Usina de Tratamento de Biogás do Aterro Dois Arcos contou com investimentos de R$ 18 milhões.
 
Segundo informações do governo do estado, a estimativa é de que a produção diária seja de 6 mil metros cúbicos de gás e, em oito anos, o volume suba para 20 mil metros cúbicos. Por ano, serão cinco milhões de metros cúbicos de biogás purificado. A produção inicial diária da nova usina conseguirá, por exemplo, abastecer o equivalente a 375 carros com Gás Natural Veicular (GNV) ou dois postos de GNV.
 
“A nova usina trará expressivo ganho ao meio ambiente, evitando o lançamento de cerca de 470 mil toneladas de dióxido de carbono até 2020. Com isso, poderão ser gerados créditos de carbono que serão emitidos pela Organização das Nações Unidas”, disse a coordenadora do programa Rio Capital da Energia, Maria Paula Martins.
 
O Aterro Dois Arcos existe desde 2008 e processa em torno de 600 toneladas de lixo diariamente, provenientes dos município de São Pedro da Aldeia, Búzios, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e Araruama. Com o novo empreendimento, o lixo armazenado no aterro será transformado em gás natural renovável e está em negociação para ser comprado e distribuído pela Companhia Estadual de Gás.
 
“O lixo que fica nos aterros naturalmente já se transforma em biogás. Com a tecnologia de ponta usada na nova planta de purificação, este material será captado e encaminhado para a usina, onde será processado, transformando-se em gás natural renovável”, explicou o diretor da GNR Dois Arcos Valorização de Biogás, Marcio Schittini.
 
Segundo o governo do estado, está prevista ainda a construção de um gasoduto de quatro quilômetros.
 
Eficiência energética no Rio
 
O Rio Capital da Energia completou o terceiro ano de existência com quase o dobro de projetos lançados em 2012. O número de iniciativas visando à eficiência energética, inovação tecnológica e energia verde passou de 34 para 65 em dois anos. Onze ações já foram finalizadas. No total, estão sendo investidos R$ 2,2 bilhões em projetos.
 
Iniciativas como o Maracanã Solar – sistema de geração e utilização de energia solar já lançada em parceria com empresas privadas – e o GT Veículos Elétricos, grupo que estuda a instalação de uma fábrica de carros elétricos, estão entre os beneficiados.
 
Outra novidade é o Atlas Solar do Rio, que vai revelar o potencial de geração solar do estado. Já o projeto Búzios Cidade Inteligente pretende transformar a cidade em referência de sustentabilidade.

 

Indústrias apostam na energia verde

Indústrias apostam na energia verde

Por Caroline, da Energio Nordeste - A partir de 2015, uma caldeira de biomassa entrará em funcionamento na unidade de Mogi das Cruzes (SP) da empresa Kimberly-Clark, fabricante de artigos de higiene pessoal, como lenços de papel e fraldas descartáveis.

A novidade vem para reforçar o uso de fontes renováveis no mercado de produção industrial. No caso da Kimberly Clark, o equipamento funcionará à base de uma mistura de matéria orgânica composta, entre outras coisas, de fibras de celulose que sobrarão do processo de fabricação do papel higiênico Neve. A implantação da caldeira de biomassa não só não só reduziu as emissões de gases causadores do efeito estufa da fábrica como foi uma boa solução para resíduos da produção.

Além da diminuição de gases do efeito estufa, a implantação do novo equipamento também proporcionou a Kimberly-Clark atingisse dois anos antes do previsto a meta corporativa de 5% de redução de CO².

A implantação de caldeiras de biomassa vai além da sustentabilidade, estima-se que a economia gerada com uma caldeira a biomassa chegue a 20%. No caso da Kimberly-Clark, a troca representou uma economia de R$ 2 milhões por ano na operação da fábrica.

Outros casos de sucesso na implantação de energia verde em fábricas são o da fabricante de papel e celulose Klabin, a fabricante de cosméticos Natura e a de bebidas Ambev, entre outras, vêm usando a biomassa em suas caldeiras, em vez de fontes fósseis, como o diesel, o óleo pesado, chamado de BPF, e o gás natural.

Apesar de algumas empresas como a Ambev, administrarem as próprias caldeira, muitas indústrias têm optado por entregar a gestão desses equipamentos a empresas médias especializadas no assunto. Isso porque a matéria orgânica não é tão uniforme quanto o diesel ou o gás natural, e queimá-la exige cuidados.

Fonte: Energio Nordeste Energias Renováveis

 

Monday, November 3, 2014

Leilão de reserva da Aneel tem 1.034 projetos

9. DCI - SP (31/10/2014)

Leilão de reserva da Aneel tem 1.034 projetos

Estadão Conteúdo

SÃO PAULO - O Leilão de Energia de Reserva (LER) 2014, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), teve início na manhã desta sexta-feira, 31. O certame é voltado para a contratação de energia gerada em projetos eólicos, solares e termelétricos, estes abastecidos com biogás e resíduos sólidos urbanos (RSU). Espera-se que o leilão marque a contratação dos primeiros grandes projetos solares em âmbito nacional.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.034 projetos no certame, projetos que possuem capacidade instalada conjunta de 26.297 MW. São ao todo 626 parques eólicos, com potência total de 15.356 MW; 400 projetos fotovoltaicos, com 10.790 MW de capacidade; e oito termelétricas abastecidas com biogás e resíduos sólidos urbanos (RSU), com oferta máxima de 151 MW. Os projetos térmicos são considerados usinas abastecidas com biomassa.

A Bahia é o Estado com mais projetos cadastrados, com um total de 236 empreendimentos eólicos e 161 parques fotovoltaicos. Na sequência aparecem o Rio Grande do Norte, com 104 projetos eólicos e 42 usinas solares, e Ceará, com 95 complexos eólicos e 15 solares. A capacidade instalada conjunta dos projetos baianos é de 10.090 MW, sendo 5.756 MW de energia eólica e 4.334 MW de energia solar. O Rio Grande do Norte reúne 3.711 MW de potência, sendo 2.556 MW de energia solar e 1.155 MW de energia fotovoltaica, e o Ceará, com 2.397 MW de eólicos e 324 MW de solar.

Outros dois Estados que devem se destacar no leilão são o Rio Grande do Sul, com 113 projetos eólicos e capacidade instalada de 2.534 MW, e o Piauí, com 35 projetos eólicos (900 MW) e 45 fotovoltaicos (1.231 MW). Juntos, esses cinco Estados respondem por 846 projetos e 21.187 MW, o equivalente a 81,8% dos projetos cadastrados e 80,5% da potência instalada disponibilizada nesses empreendimentos.

O edital do LER 2014 estabeleceu em R$ 262 por megawatt-hora (MWh) o preço-teto da energia vendida pelos projetos solares. O valor máximo da energia gerada nos empreendimentos eólicos ficou em R$ 144/MWh. No caso das térmicas abastecidas por insumos classificados como biomassa, o preço-teto foi estabelecido em R$ 169/MWh.