Friday, February 25, 2011

São Paulo inaugura duas praças construídas com a venda de créditos de carbono

Duas capitais brasileiras: São Paulo e Porto Alegre. São Paulo produz diariamente algo em torno de 15.000 toneladas de lixo. Já a cidade de Porto Alegre gera 1.600 toneladas de lixo por dia. A Prefeitura de São Paulo, governo do prefeito Gilberto Kassab (DEM), inaugurou duas praças na região de Perus, na zona norte da capital paulistana, as quais foram construídas com recursos obtidos por meio da venda de créditos de carbono a partir da exploração do lixo em dois aterros sanitários do município. A Prefeitura de São Paulo arrecadou cerca de R$ 71 milhões em dois leilões de vendas de carbono, com a captação de gás metano no aterros sanitário de Bandeirantes e de São João. Com o montante arrecadado, a Prefeitura de São Paulo pretende construir 18 praças na região. Cada tonelada de gás que deixa de ser jogada na atmosfera equivale a um crédito de carbono, negociado como "moeda ambiental" no mercado internacional. A Prefeitura de São Paulo estima que, até o ano de 2012, a utilização do gás por termoelétricas instaladas nesses aterros sanitários, deverá evitar que 11 milhões de toneladas do dióxido de carbono (CO2) sejam lançadas à atmosfera. O aterro sanitário Bandeirantes foi o primeiro a ter uma usina termoelétrica e a leiloar carbonos. Instalada em 2003, tem capacidade de geração de 170 mil MW/h por ano. No começo de 2008, a usina do aterro sanitário de São João foi colocada em funcionamento. Diferentemente do município de São Paulo, a cidade de Porto Alegre está na contra-mão do mercado de créditos de carbono. Na capital gaúcha, os resíduos sólidos urbanos são encaminhados a uma estação de transferência, denominada de transbordo. De lá são transportados por meio de caminhões carretas para Minas do Leão, distante 100 km de Porto Alegre. Lá o lixo de Porto Alegre é descarregado no aterro sanitário da SIL Soluções Ambientais Ltda. A capital gaúcha enviou para o aterro sanitário em Minas do Leão, durante o governo do prefeito José Fogaça (PMDB), no período entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, o total de 1.326.396 toneladas de resíduos sólidos domiciliares urbanos. Vejamos: em 2004 foram 278.552 toneladas de lixo domiciliar, em 2005 chegou a 276.200 toneladas, em 2006 foram enviadas 287.522 toneladas, em 2007 totalizou 293.001 toneladas e de janeiro a agosto de 2008 foram 191.121 tolenadas. O lixo público de Porto Alegre é simplesmente enterrado nas cavas da SIL (subsidiária do grupo COPELMI), onde está produzindo gás, que capturado vai gerar energia. No caso da cidade de Porto Alegre, o contrato firmado entre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e a empresa SIL Soluções Ambientais Ltda não prevê a participação do Município na receita oriunda dos créditos de carbono e energia, ou simplesmente venda de gás. Um acordo firmado entre a SIL Soluções Ambientais Ltda e o fundo Japan Carbon Finance (JCF), de Tóquio, consolidou a primeira operação para a venda de créditos de carbono a partir das emissões de gases gerados no aterro sanitário em Minas do Leão. Com o negócio, a empresa SIL Soluções Ambientais Ltda vai receber uma receita decorrente da captura do gás. O Japan Bank for International Cooperation, que administra o fundo japonês, deverá começar a colocar dinheiro na operação a partir desse ano de 2009.  O próximo passo da empresa SIL Soluções Ambientais Ltda será produzir energia. Pela exploração do lixo de Porto Alegre a empresa SIL nada recolheu até hoje aos cofres públicos. O governo do prefeito José Fogaça (PMDB) está deixando de construir praças na cidade de Porto Alegre, a exemplo do que faz o prefeito Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, com o dinheiro oriundo da exploração do lixo nos aterros sanitários.

http://www.mafiadolixo.com/2009/03/sao-paulo-inaugura-duas-pracas-construidas-com-a-venda-de-creditos-de-carbono/

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