Tuesday, July 19, 2011

Prejuízo econômico do carbono pode chegar a US$ 893/tCO2

Novos estudos indicam que Custo Social do Carbono é entre 10 e 45 vezes maior do que o calculado atualmente

Imagine se um país como os Estados Unidos, que emite cerca de seis bilhões de toneladas de CO2 anualmente, pudesse economizar US$ 5,3 trilhões apenas cortando as emissões de carbono. Parece muito? Pois segundo uma nova pesquisa divulgada pela rede Economia e Equidade pelo Meio Ambiente (E3 em inglês), os gastos do governo norte-americano poderiam ser contidos em um terço do seu rendimento se as emissões de CO2 fossem reduzidas.

O relatório, intitulado Riscos Climáticos e Preços de Carbono: Revisitando o Custo Social do Carbono, sugere que o atual valor de US$21 por tonelada de CO2 utilizado pelo governo dos EUA para calcular o Custo Social do Carbono (CSC), ou seja, os prejuízos econômicos causados pela emissão de carbono na atmosfera, é muito baixo.

De acordo com o documento, lançado na última semana, essa quantia chegou a US$ 893 por tonelada de CO2 em 2010, ou quase 45 vezes mais do que o valor corrente, e pode alcançar US$ 1.550 em 2050, muito acima das estimativas governamentais.

“Agora que sabemos o quanto poderemos acabar pagando para suportar os impactos das mudanças climáticas, investir na redução das nossas emissões é claramente a opção prudente. É a diferença entre revisar o seu carro, ou esperar que ele quebre na estrada”, enfatizou Frank Ackerman, economista do Instituto Ambiental Estocolmo e um dos autores do relatório do E3.

Conforme o estudo, “é inequivocamente menos caro reduzir as emissões de gases do efeito estufa do que sofrer os danos climáticos. [...] Enquanto houver um risco credível de que o CSC, ou os danos de toneladas de emissões, possam estar acima do custo da redução máxima possível, então vale a pena fazer tudo o que podemos para reduzir as emissões”.

Além dessa pesquisa, outro relatório publicado na mesma semana reforça as descobertas da E3. O documento, intitulado Mais do que os olhos podem ver: o Custo Social do Carbono na Política Climática dos EUA, foi desenvolvido pelo Instituto de Direito Ambiental (ELI em inglês) e pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI em inglês).

Embora esse estudo não quantifique os reais custos sociais do carbono, ele aponta que o atual modelo de estimativa do CSC simplifica demasiadamente as suposições sobre as mudanças climáticas e não considera os custos das mitigações futuras, subestimando os verdadeiros custos.

“Nossa preocupação significativa é a falta de transparência inerente aos modelos usados para estimar o custo social do carbono. Alguns dos modelos são opacos, e provavelmente poucos criadores de políticas entendem as simplificações e suposições dramáticas embutidas neles. Há muito espaço para debater se essas ferramentas estão prontas para o uso na formulação de políticas”, declarou Scott Schang, vice-presidente do ELI para o Clima e Sustentabilidade.

A pesquisa afirma, por exemplo, que muitos modelos minimizam ou sequer levam em conta a possibilidade de mudanças climáticas abruptas, catastróficas e irreversíveis, ou processos dinâmicos de realimentação do ciclo de carbono. Outros assumem que as alterações ocorrem uniformemente, desconsiderando as diferenças regionais de temperatura e clima.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias2/noticia=728037

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