13/04/2012
Um conjunto de 160 projetos do setor elétrico pleiteiam, junto ao governo brasileiro, o enquadramento no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para a venda de créditos de carbono no mercado europeu. A velocidade de tramitação desses projetos preocupa, no entanto, os investidores representados no Forúm de Meio Ambiente do Setor Elétrico, que solicitaram esta semana ao ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, maior celeridade na avaliação do comitê interministerial responsável pela análise das propostas.
Os pedidos do setor representam 80% dos 200 processos em análise pelo comitê, e terão de ser aprovados até agosto deste ano para que sejam validados pelas Nações Unidas, por meio da ratificação de carta emitida pelo governo. O empreendedor terá de apresentar o documento com o pedido de obtenção dos créditos de carbono à União Europeia, que deverá aprová-lo até dezembro de 2012.
Os projetos incluem usinas eólicas, termelétricas a biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e hidrelétricas. O coordenador do Fórum, Marcelo Moraes, explica que um eventual descumprimento dos prazos fará com todos esses empreendimentos percam receita já estimada quando as usinas participaram dos leilões de energia, o que pode afetar seu equilíbrio econômico-financeiro.
O assunto foi tratado por Moraes e lideranças de associações empresariais do setor elétrico, em reunião do FMASE com o ministro Raupp na última quarta-feira , 11 de abril. Na quinta-feira, 12, os integrantes do fórum pediram o apoio do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em encontro no ministério. Além de Lobão participaram da audiência o secretário executivo, Márcio Zimmermann, e o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Altino Ventura Filho.
"A gente não sentiu ainda, por parte da equipe técnica do ministério [da Ciência e Tecnologia], que é quem coordena o comitê interministerial, que eles estão conscientes da nossa aflição em virtude dos prazos. Não estamos questionando o mérito. A qualidade do trabalho é realmente muito boa, mas tem que haver celeridade nos processos para que as cartas sejam emitidas " explicou o coordenador do FMASE em entrevista à Agência Canal Energia.
Moraes conta que o mesmo processo demora, na China, menos de 10% do tempo que leva para ser analisado no Brasil. Enquanto aqui, a tramitação é superior a 300 dias, em território chinês é concluída em 17 dias.
Rio+20 - A preparação para a conferência do meio ambiente Rio+20 também foi tratada pelos integrantes do FMASE, durante a reunião no Ministério de Minas e Energia. Eles falaram de uma eventual parceria, e ouviram a sugestão para que conversem também com a Eletrobras, que deverá montar um pavilhão no encontro de cúpula.
Moraes conta que o Fórum participou de trabalho em elaboração pela Confederação Nacional da Indústria sobre os temas ambientais da Rio+20, com a apresentação de um estudo setorial que trata de energia elétrica. O trabalho da CNI, segundo a assessoria da instituição, é amplo e abrange 20 tipos de documentos, dos quais um seria geral e trataria das tendências e das oportunidades da agenda ambiental para a indústria; 16 seriam setoriais e abordariam avanços e desafios de cada segmento; e três específicos de entidades vinculadas ao sistema - Sesi, Senai e Instituto Euvaldo Lodi.
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